À medida que ia crescendo, às vezes eu pensava o porquê eu era uma das poucas pessoas no mundo que tinha que passar tanto tempo indo à igreja. Minha irmã, meu irmão e eu, éramos levados regularmente à Igreja da Fé Apostólica. Por diversas vezes, senti a convicção da mão de Deus no meu coração. De vez em quando, ao chamarem para ir ao altar no final de um culto, meus joelhos tremiam tão fortemente que eu tinha que me segurar na cadeira da frente. Ainda assim, teimosamente, eu resistia a Deus. Eu comecei a deixar que o inimigo da minha alma me convencesse de que, mesmo que a salvação de Deus funcionasse em outros pessoas, não funcionaria na minha vida.
Ao entrar na minha adolescência, eu me tornei mais e mais rebelde contra Deus. Eu me sentia confiante de que estava completamente no controle dos meus planos, opiniões e desejos e, como resultado disto, transformei-me numa pessoa totalmente insensível às coisas espirituais. Um dia, quando estava saindo da casa da minha irmã, ela me perguntou, com lágrimas em seus olhos: “Dwight, será que você nunca será salvo?” Eu me lembro ter dado uma risada ao esquivar-me com um aceno, como se sua pergunta fosse algo ridículo.
Apesar da minha atitude arrogante em relação as coisas de Deus, eu sabia o que a salvação podia fazer. Numa noite, o irmão mais velho de um amigo meu, estava debochando das pessoas que iam à igreja. Depois que ele se foi, eu disse ao meu amigo: “Todas as pessoas que vão à igreja não são loucos. Eu sei que Deus pode atuar na vida de uma pessoa.” Eu comecei a contar-lhe alguns dos testemunhos que havia escutado durante a minha infância. Finalmente, ele olhou para mim e disse: “Se tudo isto é possível, por que é que você ainda não fez algo a respeito?” Sem pensar, eu falei: “Eu tenho a intenção de fazê-lo algum dia.”
Após haver-me graduado no colegial, eu entrei no mundo dos negócios e comecei a ganhar muito dinheiro. Eu me tornei atraído por carros de alta velocidade e corridas e, por diversas vezes, esse modo de vida me levou para bem perto da porta da morte. Eu possuia um carro que, supostamente, tinha a capacidade de fazer 290 km/h e decidi que eu mesmo iria comprová-lo. Muitas vezes, chegava a correr à 190 km/h dentro da cidade. Cheguei a derrapar à 140 km/h, com o carro indo de um lado para o outro e totalmente fora de controle. Apesar de toda a minha negligência, eu ainda ficava irritado quando voltava para casa à noite e encontrava minha mãe de joelhos, na escuridão da sala. Eu sabia que ela estava orando por mim.
Graças a Deus por Sua fidelidade! Numa noite, eu estava em casa a sós com minha mãe, que estava doente, e eu pensei tê-la ouvido me chamar. Fui ao seu quarto e a encontrei quase sem poder respirar. Os seus olhos começaram a virar e naquele momento Deus me perguntou: “Você vai entregar-Me a sua vida?” Eu sabia que assim que dissesse sim, minha mãe melhoraria. No início, eu resisti, mas quando vi que ela estava dando o seu último suspiro, eu disse no meu coração: “Ok, Senhor. Se o Senhor não a deixar morrer aqui desta forma, eu Lhe darei o meu coração.” Nem mesmo uma palavra foi dita e imediatamente ela abriu os seus olhos e disse: “Eu acho que ficarei bem.” Eu sabia que havia feito uma promessa a Deus e que teria que cumprí-la.
Teimosamente, ainda continuei no meu próprio caminho, mas comecei a negociar com Deus, dizendo: “Se o Senhor me manter vivo até a próximo acampamento da igreja, irei orar para receber a salvação.” Quando chegou o acampamento, eu tinha somente dezoito anos, mas devido eu ter ignorado tantas vezes a luz do Evangelho, parecia que havia sido um pecador por quarenta anos. Eu resisti a Deus até o último culto. Ao me levantar, enquanto a última chamada ao altar estava sendo feita, pensei: “De maneira nenhuma eu posso orar. Apenas continuarei sendo um perdido.” Entretanto, de alguma forma, meus pés começaram a me levar em direção ao altar.
Naquela noite, entreguei o meu coração a Deus. Uma incrível paz e calma inundaram o meu coração e, juntamente com isso, veio uma mudança real na minha vida. Pela primeira vez desejei ir à igreja. Durante o dia, ao invés de ficar pensando sobre os meus planos para a noite, hinos passavam pela minha mente. Numa certa ocasião, cujo dia havia sido bem difícil, lembro-me de ter parado por um momento e dizer: “Senhor, ainda está aqui?” E parecia como se uma terna Voz falou de paz ao meu coração, e uma lágrima desceu pelo meu rosto, quando eu percebi quão diferente minha vida havia se tornado.
Numa noite, depois do culto, alguns dos irmãos da igreja se juntaram ao meu redor e começaram a orar para que Deus me santificasse. Eu estava desfrutando tanto da minha salvação que nem mesmo havia pensado sobre a necessidade da santificação. Quando orei, Deus me abençoou de uma tal maneira que eu sabia que havia sido santificado. Então, as pessoas começaram a me incentivar para buscar o batismo do Espírito Santo. Eu me lembro de haver orado: “Senhor, terá que me dar um desejo por isto, ou então, não vejo como poderei recebê-lo.” Após um pequeno período de tempo, Deus encheu a minha alma com um desejo enorme pelo Seu poder, que quase nem podia comer ou dormir. Esse desejo manteve-me focalizado naquilo que Ele tinha para mim, e levou-me até a noite em que fui batizado com o Seu Espírito Santo.
Desde então, eu tive o privilégio de trabalhar para o Senhor de diversas maneiras e em diferentes lugares. Ocorreram muitas mudanças pelos anos, mas Deus e a Sua salvação têm sido sempre os mesmos. Não posso me vangloriar em nada que tenha feito para Deus. Eu só posso me regozijar pelo fato dEle ter me chamado e me ajudado a superar minhas dúvidas e revoltas e por ter uma fé genuína nEle. A melhor de todas as coisas que já fiz foi ter dado a Deus uma oportunidade na minha vida. Meu propósito é de permanecer fiel a Ele.