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Os Detalhes São Importantes!

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Deus requer dos Seus seguidores que eles discernem entre o que é limpo e o imundo, entre o que é santo e o profano. Esta responsabilidade está claramente apresentada para todos nós, no Livro de Levítico.

Para termos um melhor entendimento do contexto de Levítico, devemos revisar os dois livros que o precedem. O Livro de Gênesis descreve a criação do mundo e da humanidade, e em alguns dos capítulos, focaliza na vida de Abraão e de seus descendentes. Foi com esta família que Deus escolheu estabelecer a Sua aliança, chamando-os para representá-lo no mundo. O Livro de Êxodo descreve o livramento dos descendentes de Abraão do cativeiro no Egito e mostra os eventos no monte de Sinai—os trovões, relâmpagos, o monte fumegando e a voz de Deus falando; também relata sobre Moisés subindo ao monte, onde Deus estabeleceu uma aliança entre Ele e os Filhos de Israel.

O Livro de Levítico segue o de Êxodo e relata as instruções de como o povo deveria se aproximar de um Deus santo. Os primeiros sete capítulos relatam os detalhes de muitos dos diferentes tipos de ofertas que os Filhos de Israel tinha que trazer a Ele. Os capítulos de 8-10 falam do sacerdócio. Os capítulos de 11-15 dão detalhes sobre a distinção do que era limpo e imundo, do que era santo e profano. O capítulo 16 focaliza no dia mais sagrado de todos, o Dia da Expiação. Os capítulos de 17-26 falam da santidade na vida diária, sobre a santidade no sacerdócio, dias santos, festas santas, óleo santo, pão santo, como lidar com o Nome sagrado de Deus e até mesmo sobre os anos sagrados—o ano Sabático e o ano do jubileu.

O tabernáculo no deserto era chamado de tenda da congregação ou “tenda da reunião”, no idioma Hebraico. Os Filhos de Israel tinham uma reunião marcada com Deus. Ele falou para eles onde e quando aquela reunião aconteceria. Em Levítico 9, lemos que: “E chegou-se toda a congregação, e se pôs perante o Senhor.” (versículo 5), e observaram como Aarão fez uma oferta pelo povo, de acordo com o que Deus havia ordenado. Então, lemos que: “e a glória do Senhor apareceu a todo o povo” (versículo 23). Deus enviou um fogo que consumiu a oferta e toda a congregação de Israel presenciou isto. Em resposta, eles jubilaram e caíram sobre as suas faces diante de Deus. Com certeza, Deus cumpriu com a Sua parte naquela reunião. O povo entendeu que compensa cumprir os detalhes da Lei que foi dada a Moisés no monte, porque quando eles obedeceram, Deus os abençoou.

No capítulo 10, lemos sobre um evento que se contrasta distintamente com o que aconteceu quando Aarão fez uma oferta, de acordo com as instruções de Deus. Os dois filhos de Aarão, Nadabe e Abiú, ofereceram um “fogo estranho” diante de Deus, e Deus mandou um fogo que os consumiu.

Alguém pode questionar o que foi que eles fizeram de errado. Não há menção da natureza exata do fogo estranho que eles ofereceram. É possível que eles tenham trazido incenso falso. Talvez eles tenham pensado: “Que diferença faz um incenso?” Entretanto, foi dado aos Filhos de Israel instruções de como lidar com o incenso e Deus foi bem específico sobre o modo de como aquilo deveria ser feito. Talvez, Nadabe e Abiú adquiriram o fogo de um lugar diferente que não era o altar de ouro, pensando: “Que diferença faz de onde pegamos o nosso fogo?” Talvez, eles tenham usado incensários diferentes do que aqueles que haviam sido consagrados para aquele propósito ou trouxeram o fogo no tempo errado.  

Qualquer que tenha sido a natureza do fogo estranho que foi oferecido, os eventos que aconteceram naquele dia mostraram claramente que prestar atenção aos detalhes da Lei não era algo sem importância. Se Nadabe e Abiú pensaram que a diferença entre o santo e o profano não era importante, eles descobriram que aquilo era muito importante para Deus. Num piscar de olhos eles passaram para uma eternidade perdida! Todos aqueles que presenciaram o que ocorreu naquele lugar também entenderam como aquilo era importante.

Deus ordenou que sempre haverá uma diferença entre o limpo e o imundo, entre o santo e o profano, entre aqueles que o servem e os que não o servem. Ele disse a Aarão que os Filhos de Israel deveria “fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, e para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado pela mão de Moisés.” (Levítico 10:10-11). Esta diferença é importante para Deus!

Durante o período das pragas, quando os Filhos de Israel estavam para ser liberto do cativeiro no Egito, Deus colocou uma diferença entre os Filhos de Israel e os Egípcios. Quando veio a última praga, Deus deixou bem claro que se o povo não obedecesse o que Deus havia instruido, então o ancião de cada família morreria. E isto foi exatamente o que aconteceu. Mortes aconteceram em todo o Egito, mas não dentre os Filhos de Israel que obedeceram a Palavra de Deus. Deus estava deixando bem claro que “o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas” (Êxodo 11:7).

Quando Moisés encontrou-se com Deus no monte, Deus lhe disse para dar uma mensagem a Israel: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19:4-6). Aqui, a promessa foi ampliada: não somente Aarão e seus descendentes seriam sacerdotes, mas toda a nação representaria Deus para o mundo.

Esta promessa não foi limitada aos Filhos de Israel no tempo do Velho Testamento. No Novo Testamento, os escritos de Pedro revelam que a promessa de Deus é válida para mim e para você hoje. Pedro escreveu: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (1 Pedro 2:9). O apóstolo prossegue dizendo que nós somos chamados para anunciar as virtudes de Deus. Somos chamados para discernir entre o que é limpo e o que é imundo, entre o que é santo e o que é profano.

Em alguns aspectos, é fácil ser um Cristão aqui nos Estados Unidos. Em outras partes do mundo, os crentes sofrem perseguições severas—eles pagam um preço alto para declararem abertamente que são Cristãos. Como não enfrentamos este tipo de oposição aqui nos Estados Unidos, é muito fácil alegar ser um Cristão. Na nossa sociedade, Satanás tem sucedido em obscurecer a realidade entre o que é servir a Deus e não servir a Deus, entre o que é santo e o profano, entre o que é limpo e o que é imundo. Entretanto, para Deus, faz diferença a maneira de como nós vivemos!

Nossas raízes e, de fato, as raízes de muitas das denominações religiosas Americanas, são baseadas na visão Wesleyana de uma santificação completa. John Wesley viveu de 1703 a 1791, durante a época em que a nossa nação foi fundada e a Declaração da Independência e a Constituição dos Estados Unidos foram escritas. Houve um grande avivamento nos Estados Unidos durante aquela época, e nossas leis foram significativamente moldadas pela influência dos ensinamentos Bíblicos, sob a direção dos líderes governamentais que lideravam a nossa nação.

Wesley ensinou que santidade não era somente uma experiência instantânea, mas também um modo de vida. Ele é reconhecido por ter fundado a Igreja Metodista e ele enfatizou a necessidade de que os metodistas deveriam se diferenciar pelo fato de serem Cristãos, através da abstinência de coisas como vestimenta ostentosa, jogos de azar, dança, maquiagem e uso de jóias. Ele citou 1 Pedro 3 e 1 Timóteo 2, assim como outras passagens no Velho e no Novo Testamento, para demonstrar a diferença entre o caminho da santidade e o da carnalidade.

Os indivíduos salvos e santificados que formavam o corpo da liderança inicial do movimento Pentecostal do século vinte, que foi inciado em Los Angeles, California, Estados Unidos, em 1906, tiveram uma grande influência Wesleyana. Dentre aqueles líderes, estava a Sra. Florence Crawford, que veio para Portland com o Evangelho da Chuva Serôdia e estabeleceu a organização da Fé Apostólica aqui, no ano de 1907.

É importante aprender com a história. Temos ouvido dizer que aqueles que não aprendem com os erros do passado estão condenados a repetí-los no futuro. Por décadas, os sucessores de Wesley se mantiveram firmes nos altos padrões ensinados pelo seu fundador, assim como também, todo o movimento de santidade. Entretanto, com o tempo, os líderes das igrejas começaram a oferecer o que era visto como “concessões pequenas" para apaziguar as objeções de alguns. À primeira vista, aquelas concessões poderiam parecer insignificantes, mas com o tempo, veio a corrosão de praticamente todo padrão de modéstia, ao ponto de que os membros daquelas igrejas se tornaram mais parecidos com os do mundo. Igrejas reconhecidas como igrejas que pregavam e praticavam a santidade no passado se tornaram em igrejas que seriam irreconhecíveis aos olhos de seus fundadores.

Podemos aprender com a história! Podemos aprender que consagrações precisam ser mantidas. Podemos aprender que quando sentimos a presença do Espírito de Deus em uma reunião, há uma razão pela qual sentimos aquilo. Podemos aprender que, se queremos a benção de Deus, nós precisamos pagar o preço integral. Podemos aprender, através do exemplo de Nadabe e Abiú, que os detalhes fazem a diferença. Aqueles filhos de Aarão podem ter pensado: “Incenso é incenso e incensário é incensário. Por que devemos fazer da mesma maneira que o nosso pai fez?” Eles optaram por não seguirem os mesmos padrões de Aarão e podemos ver as consequências dos seus atos.

Hoje, podemos escolher em ver a necessidade de santidade com uma visão completamente diferente da de Wesley. Nós podemos rejeitá-la completamente ou então, simplesmente amenizá-la um pouco e não sermos tão sérios sobre isto. Que Deus nos ajude a não agirmos desta maneira! Que Deus nos ajude a entender que os detalhes são importantes! Desejo que as próximas gerações, se Jesus não voltar antes, sintam o que eu senti quando entrei pela primeira vez numa reunião da Fé Apostólica. Eu não sabia o preço que havia sido pago para que o Espírito de Deus pudesse se manifestar naquela reunião. Eu ainda não sei que consagrações foram feitas por aqueles que se sentaram ali. Mas, me lembro bem do que senti e eu sei o que sinto nestes encontros ainda hoje. E sei que a presença do Espírito de Deus vem com um preço.

Podemos ler a história e observar o que acontece quando uma organização ou um indivíduo diz: “Vamos amenizar a nossa visão sobre o que é uma vida de santidade.” Vamos determinar enfatizar a santidade! Vamos determinar que iremos prestar atenção aos detalhes. Se queremos a benção de Deus, precisamos concertar as nossas vidas para que possamos receber a benção.

Deus deixa bem claro, em outros exemplos Bíblicos, sobre a necessidade da diferenciação entre o santo e o profano. Por exemplo, a palavra do Senhor veio ao Profeta Ezequiel, dizendo: “Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas cousas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles.” (Ezequiel 22:26). Aqueles sacerdotes talvez tenham pensado: “Qual a diferença que faz guardar o sábado? O sábado é somente mais um dia dentre sete.” Entretanto, era importante para Deus! Talvez eles tenham considerado aquilo como apenas um detalhe pequeno, mas é importante honrar a Deus.

Hoje, nós vemos o Dia do Senhor sendo profanado. Quando o nosso país foi fundado, os ensinamentos Cristãos nos proporcionaram uma direção em que era proibido comprar e vender no Dia do Senhor. O que aconteceu através do tempo? Em algum ponto na história, as pessoas disseram: "Que diferença que isso faz?" Entretanto, é importante para Deus que prestemos atenção aos detalhes!

Quando nos ajoelhamos, o Espírito de Deus é fiel para falar aos nossos corações e para nos alertar sobre certas tendências que temos ou sobre áreas das nossas vidas onde temos negligenciado. Não há espaço para negociações nestes pontos. Precisamos entregar essas coisas para Deus! Ele nos criou; pertencemos a Ele; Ele nos redimiu e Ele tem o direito de nos mostrar os detalhes nas nossas vidas que Ele quer que concertemos.

Talvez, os Israelitas não tenham compreendido completamente sobre as ofertas que foram instruidas para eles fazerem—as ofertas de holocaustos, as ofertas pelos pecados, as ofertas pelas transgressões, as ofertas de consagração. Entretanto, toda vez que eles vinham fazer uma oferta, eles eram lembrados de que havia uma maneira apropriada de se aproximar de Deus e uma maneira inapropriada de se aproximar de Deus. Eles tinham que ter isto nas suas mentes e corações, para utilizarem a maneira correta, exatamente de acordo com o que foi estabelecido por Deus. A punição por não utilizar a maneira correta era severa e imediata.

Hoje, a punição por não seguir a Deus nem sempre é imediata e, à curto prazo, é raramente severa. Se nos achegarmos a Deus em oração e o Senhor trouxer algo em nossa mente, podemos dizer: "Bem, não tenho muita certeza a respeito disso, Senhor." Podemos acabar de orar e seguir no nosso caminho com a expectativa de que podemos voltar mais tarde ao Senhor, para lidar com o problema depois. Entretanto, isto pode ou não acontecer, então, não devemos protelar em fazer a consagração. Não devemos pensar que isto não é importante. Faça-a! Ficaremos felizes por ter feito a consagração pois, agindo desta forma, a benção do Senhor virá sobre nós.

Sabemos o que Deus requer de nós. Há uma diferença entre o santo e o profano e em breve todos verão essa diferença. O trompete soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis. Aqueles que têm vivido para Deus de todo o coração, alma, mente e força, serão arrebatados desse mundo. Assim, todo o mundo saberá quem não conseguiu e quem conseguiu atingir o objetivo. Queremos fazer parte daqueles que chegaram lá!

Tanto faz se o poder de Deus descer sobre nós quando estivermos congregando juntos para louvar a Deus ou se o Espírito de Deus nos encontrar individualmente, Deus estará conosco quando atingirmos os Seus requisitos. Vamos fazer um propósito de sermos cuidadosos em observar os detalhes, para que possamos manter uma distinção clara entre o santo e o profano. Assim, quando nos ajoelharmos e nos rendermos a Deus, poderemos ter a certeza de que o Seu Espírito testificará em nossos corações que Ele ouviu a nossa oração e aceitou o nosso sacrifício.

Darrel Lee é Superintendente Geral da organização da Fé Apostólica e pastor da sede da igreja na cidade de Portland, Oregon, Estados Unidos.