A santificação é a segunda, instantânea e definitiva obra da graça, subsequente à salvação, que se realiza no crente através do Sangue derramado de Jesus Cristo.
A palavra santificar, junto com as palavras traduzidas santo, santos e santas, é derivada da palavra grega hagios, que significa "santo." Por isso, a experiência da santificação é também por vezes referida como "santidade". O verbo santificar tem três significados básicos: "tornar santo ou purificar", "consagrar ou se separar da impiedade e dedicar a Deus", e finalmente, "santificar". Um estudo destas palavras, revela que a santificação é a purificação do coração de uma pessoa - a dedicação a Deus e uma erradicação da natureza pecaminosa. Uma pessoa santa e santificada, então, é aquela que foi consagrada ou separada para servir a Deus e é purificada da sua velha natureza pecaminosa.
O ensino da santificação não começou na Igreja Apostólica da Fé. Quando Florence Crawford, fundadora desta igreja, entrou nas reuniões realizadas na Rua Azusa, em Los Angeles, em 1906, as pessoas ali lhe ensinaram sobre a experiência da santificação. Elas haviam aprendido de quem as ensinou. John Wesley é creditado com a revitalização do ensino da santificação, mas a experiência não começou com ele também. Tudo começou com Deus! A santificação é uma doutrina bíblica.
Nos tempos do Antigo Testamento, Deus apontou o Seu povo à santificação. Nós lemos em Levítico 20:7, "Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus."
O mérito da expiação provida pela morte de Jesus foi prenunciado pelas ofertas levíticas (Hebreus 13:11-12). O Tabernáculo do Antigo Testamento, às vezes, é usado como uma ilustração das três experiências fundamentais do Cristianismo: a salvação, a santificação e o batismo do Espírito Santo. Os pecados de um israelita eram perdoados quando ele trazia a sua oferta pelos seus pecados para o sacerdote que a oferecia diante do altar de bronze, localizado no pátio do Tabernáculo (Levítico 6:1-7). Quando a oferta pelo pecado era apresentada, nenhuma menção era feita das ofensas reais (Levítico 9:3,15). Essa oferta representa a purificação do coração.
Quando uma oferta pela culpa era oferecida diante do altar, o sacerdote, então, realizava uma lavagem cerimonial, representando a ordenança do batismo nas águas, em uma pia que também estava localizada no pátio. Após a lavagem, o sacerdote entrava na primeira das duas salas que compunham o Tabernáculo, o chamado Lugar Santo. Representando a experiência de santificação, o Lugar Santo continha uma mesa com pães sagrado, que representa a Palavra de Deus. O candelabro de ouro, também no Lugar Santo, representa a luz que Deus que brilha na vida de um cristão. O terceiro item no Lugar Santo era o altar de ouro. Nele havia uma oferta contínua de incenso especial, e o fogo, cuja iniciação foi feita pelo próprio Deus. A queima de incenso representa as orações que saem de um coração santificado.
Ao lado do Lugar Santo, mas separado dele por um véu, estava o Santo dos Santos, que representa o batismo com o Espírito Santo. A glória Shekinah de Deus, uma manifestação física de sua presença, habitava nesta sala. Somente o sumo sacerdote podia entrar nesta sala, uma vez por ano, no Dia da Expiação. Quando Jesus foi crucificado, o véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos foi rasgado de cima para baixo (Mateus 27:51), e os cristãos santificados tem agora acesso direto à plenitude do Espírito de Deus em suas vidas. Os passos simbolizados pela ilustração do Tabernáculo ainda devem ser seguidos hoje. A experiência da salvação deve ser seguida pelo batismo nas águas o mais rápido possível, e um cristão só pode receber o batismo com o Espírito Santo depois de ser inteiramente santificado.
Na era do Novo Testamento, vemos que a experiência da santificação foi ensinada a Igreja Primitiva. Paulo estava preocupado que os crentes em Tessalônica fossem santificados. Lendo através do Livro de 1 Tessalonicenses, está bem claro que esses crentes tiveram um bom começo, mas eles precisavam de algo mais. Paulo disse que ele enviou Timóteo, "nosso irmão, e ministro de Deus, e nosso cooperador no evangelho de Cristo, para vos confirmar, e vos exortar acerca da vossa fé" (1 Tessalonicenses 3:2). No versículo 10, ele diz, "rogando incessantemente, de noite e de dia, para que possamos ver o vosso rosto e suprir o que falta à vossa fé." A falta em suas vidas espirituais seriam fornecidas pela experiência da santificação.
Em 1 Tessalonicenses 5:23-24, lemos: "E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, e ele também o fará." Aqui, o Apóstolo Paulo afirma muito claramente, quase como uma oração, o seu desejo para que os crentes em Tessalônica recebessem esta experiência.
Quando um indivíduo ora pela salvação, ele recebe a garantia de que seus pecados foram perdoados, e o Senhor não vai imputá-los contra ele por mais tempo. Ele foi perdoado, absolvido das irregularidades em seu passado. Ainda assim, permanece nele a natureza carnal que veio desde o príncipio. É por isso que a santificação é necessária. Salvação trata dos atos e culpa dos pecados cometidos, enquanto a santificação lida com a natureza do pecado, a tendência interior herdada de Adão.
É importante entender que quando a Bíblia menciona "pecados" no plural, ela está se referindo a pecados cometidos. "Pecado" no singular, geralmente faz referência à natureza adâmica. João aborda o problema dos dois pecados e oferece a solução aos dois em 1 João 1:7-9, dizendo: "Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado [singular, a natureza do pecado]. Se dissermos que não temos pecado nenhum [se dissermos que não nascemos com uma natureza adâmica ou pecaminosa], nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, [plural, pecados cometidos] Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados [salvação], e nos purificar de toda a injustiça [santificação]." O perdão é oferecido pelos pecados cometidos, enquanto a purificação é oferecida pela natureza adâmica.
Na instrução de Paulo aos crentes em Tessalônica, ele falou sobre o seu desejo de que o "Deus de paz vos santifique completamente" (1 Tessalonicenses 5:23). O significado da palavra completamente é "inteiramente", e esta é a razão que a experiência da santificação é por vezes referida como "toda" a santificação. Na verdade, este versículo pode ser lido com precisão, "o próprio Deus de paz vos santifique completamente até o fim", "o mesmo Deus de paz vos santifique totalmente", "tudo em todos", ou "em todas as partes." Não há nenhuma implicação de que Deus iria santificá-los "aos poucos", ou "só uma parte e mais um pouco, no decorrer." A experiência da santificação é completa.
Mesmo que a palavra "totalmente" seja muito expressiva, Paulo continua: "Peço a Deus todo o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." Se Deus santifica completamente o espírito, alma e corpo, há algo mais a ser santificado? Não, é a inteira santificação. É completa. No versículo 24, Paulo acrescentou: "Fiel é o que vos chama, e ele também o fará." Vai fazer o quê? Ele vai santificar uma pessoa inteira e irá preservá-la irrepreensível para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Claramente, a idéia aqui é que o cristão receba algo definitivo, e que o receba antes do Senhor Jesus Cristo voltar.
Em muitas referências do Novo Testamento sobre a santificação e a santidade, a natureza definitiva da santificação é evidenciada no texto original grego pelo tempo aoristo do verbo, o que indica um ato específico e completo, em vez de um curso. Embora o crescimento espiritual continua ao longo da vida de um cristão, o trabalho de limpeza da santificação não é um processo gradual; é realizado num instante. Em todas as fases de sua vida, o cristão santificado continua a aprender a aplicar o que recebeu. Crescimento cristão começa quando uma pessoa ora pela salvação e é salvo, e isso deve continuar até que a pessoa chegue no Céu.
Santidade é mais do que a moralidade. Moralidade é limitada porque as pessoas usam padrões diferentes para definir o que é moral e o que é imoral. Em contraste, a santidade é definida pela Palavra de Deus e é transmitida através da santificação. A santidade é um estado do coração que é ordenado, e é o que todo cristão precisa (Hebreus 12:14). Santificação fornece isto; não há outra maneira de ser santo.
Gênesis 1:26 indica que o homem foi feito à imagem de Deus no sentido de que ele tem uma alma imortal. Os seres humanos também são portadores da imagem de Deus no sentido de que eles são criaturas morais. As pessoas podem experimentar um sentimento de culpa ou remorso. Eles podem sentir alegria. Eles tem o poder de raciocínio e escolha - eles tem a capacidade moral de escolher fazer o bem ou fazer o mal.
Embora Adão e Eva tenham sido criados sem preconceitos e favoritismos, eles optaram por fazer o mal, e por causa da escolha deles, toda a humanidade caiu em uma condição depravada. Gênesis 5:3 diz: "E Adão. . . gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem." A primeira criança nascida neste mundo era a imagem de Adão, e não à imagem de Deus. Após a queda, a humanidade herdou a natureza depravada do homem, e cada pessoa que nasce neste mundo tem uma inclinação profana. Todo mundo começa com isso como base moral.
Uma das lições claras no primeiro capítulo do Gênesis é que, um tipo produz o mesmo tipo. Repetidamente a Bíblia afirma que cada planta viva e criatura são reproduzidas segundo a sua espécie. Isso é verdade para o homem caído também. Todas as pessoas herdaram a sua natureza moral de Adão - a sua natureza pecaminosa. É por isso que duas pessoas santificadas não produzem uma criança santificada. Sua prole é uma criança caída com uma natureza depravada, que precisa ser salva e, mais tarde santificada. João 3:6 diz: "O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito." Todas as pessoas precisam ser nascidas do Espírito para ter seus corações regenerados e seus pecados passados perdoados. Em seguida, elas estão prontas para ter seus corações purificados e santificados, por meio do poder santificador do Sangue de Jesus.
A Bíblia deixa muito claro que, além de ter nascido com uma natureza pecaminosa, cada indivíduo também, eventualmente, escolhe o pecado. O egoísmo faz parte da natureza de uma criança muito antes dela desenvolver a capacidade de raciocinar. Então, quando a razão é desenvolvida, ela continua na mesma direção e faz a mesma escolha que Adam fez.
É possível traçar uma "trilha de comportamento." Marcos 7:21-23 diz: "porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos esses males procedem de dentro e contaminam o homem." Ao seguir a trilha do comportamento de volta à sua fonte, esta não leva à mente, embora a mente possa ter determinado como um ato perverso poderia se concretizar. A trilha de comportamento não leva à mão, embora a mão possa ter cometido o ato. A trilha de comportamento sempre levará ao coração, onde o plano foi concebido. É o coração do homem que tem o problema. O remédio de Deus para o pecado é para o coração do homem e resolve o problema do coração. Quando o problema do coração é resolvido, o problema do comportamento é resolvido.
Deus providenciou uma maneira de lidar com o problema do coração. A Bíblia instrui repetidamente sobre a necessidade de limpeza, purificação e santificação. Ela diz que a velha natureza, (também conhecida como "o homem velho" e "o corpo do pecado") deve ser abandonada. (Veja Colossenses 3:9; Romanos 6:6). Estas são referências à necessidade na vida do crente para a experiência da santificação.
O que a santificação faz para a vida? Quando uma pessoa é santificada, o velho homem, a natureza carnal, já não o domina, porque foi erradicada. Às vezes, a frase "perfeição cristã" é usada, referindo-se ao padrão de vida concedido ao crente santificado. Em Hebreus 13:20-21, lemos: "E o Deus da paz. . . vos aperfeiçoe em toda boa obra para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Jesus Cristo." Santificação fornece um coração perfeito - um estado de vida em que uma pessoa ama o Senhor com todo o coração, alma, mente e força; onde cada ação é motivada por sua devoção a Deus. Proporciona restauração da natureza pura que a humanidade gozava antes da queda. O coração santificado procura continuamente a Deus e à Sua vontade. Indivíduos santificados cultivam a pureza de espírito, alma e corpo, e eles se afastam de qualquer coisa que possa contaminar qualquer parte de seus seres.
É importante saber o que a santificação faz, mas também é útil para saber o que ele não faz. A santificação não eleva o QI de uma pessoa. Um intelecto diminuido é o resultado da queda, mas a provisão para restauração não lida com a cabeça do homem; ela lida apenas com o coração. Assim, uma pessoa não deve desanimar e concluir que ele não é santificado, só porque ele não entendeu perfeitamente algo.
Santificação não lida com o homem físico, apesar das limitações físicas serem o resultado da queda. Sem dúvida, Adão experimentou a doença; ele teve uma morte física. Se a santificação prevesse a restauração do corpo físico, aquilo não teria acontecido.
As pessoas não são mentalmente, fisicamente ou emocionalmente perfeitas como resultado da santificação: elas são moralmente perfeitas. Santificação trata da natureza moral do homem e da sua necessidade de restauração moral. É por isso que os indivíduos santificados continuam a enfrentar limitações físicas, mentais, emocionais, que são resultados da queda. É importante que uma pessoa não examine a sua cabeça ou a sua mente quando passar por uma provação ou um desafio, mas sim que examine o seu coração. Se o tema motivador e subjacente da sua vida é amar a Deus com todo o seu coração, alma, mente e força (Lucas 10:27), Deus colocou esse desejo lá quando Ele o santificou.
Santificação não elimina a possibilidade de ser tentado. Olhe novamente para Adão, que foi criado em um estado puro, moral, mas ainda estava sujeito à tentação. Adão tinha o poder de anular o que ele sabia que era certo em seu coração; ele fez isso e optou por fazer o mal. A pessoa santificada, com a condição pura, moral, ainda pode optar por ignorar o que ele sabe que é certo, e cair no pecado, mas certamente, isto não é necessário.
Pureza do coração, obtida em santificação, estabelece um intenso desejo de corrigir as falhas pessoais. A prova da santificação é que quando uma pessoa vê alguma falha em sua vida, em vez de resistir a lembrança ou toque do Senhor, a primeiro e sincera resposta é cair imediatamente de joelhos e dizer: "Deus, me ajude a fazer melhor da próxima vez, porque eu te amo com todo o meu coração, e eu quero agradá-lo de todas as formas." Este profundo e enraizado desejo de agradar o Senhor descreve a santificação.
Isto não é para desculpar o comportamento que brota da natureza carnal. Deus sabe a diferença. O pecado é um ato de inimizade deliberada e de rebelião contra Deus, e é perigoso chamar todo e qualquer comportamento de apenas um "erro". Ao invés de gastar muito tempo tentando nomeá-lo, a pessoa deve ir rapidamente diante de Deus, reconhecendo as suas falhas e pedindo a Sua "graça para socorro em ocasião oportuna" (Hebreus 4:16). Deus vai ajudar. Há vitória no Evangelho!
Em 1 Tessalonicenses 4:3, diz: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição." Deus criou a família humana com certos apetites e desejos naturais - dados por Deus para servir uma finalidade. No caso de Adão e Eva, não havia nada de errado em desejarem uma comida agradável. Não havia nada de errado com o desejo de ser sábio. Deus lhes deu esses desejos. A referência de Paulo à fornicação aborda o desejo plantado por Deus pela qual a família humana seria propagada. Não importa qual comportamento humano seja considerado, uma pessoa precisa para ser santificada, para que esse desejo seja devidamente canalizado.
Com a santificação, Deus coloca dentro do coração de um cristão o "querer", o desejo apropriado. Quando Paulo diz: "Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição", ele não está apenas dizendo que uma pessoa precisa de santificação, mas ele está dizendo por que ela é necessária. A santificação é necessária para que este desejo e todos os outros, sejam direcionados de acordo com a lei do amor de Deus.
Deixados a si mesmos, apetites e desejos naturais podem correr desenfreados através da vida das pessoas. Mesmo uma visão superficial sobre a sociedade, mostra os resultados da natureza caída: os apetites e desejos dados por Deus estão completamente desenfreados, em muitos casos. O homem precisa ser perdoado por seus pecados passados e, então, ele precisa ser santificado para que a sua vida possa ser vivida de acordo com a maneira que Deus pretendia que o homem vivesse. Quando uma pessoa é santificada, não é difícil viver uma vida santa. É espontâneo!
Paulo escreveu aos tessalonicenses, expressando seu desejo de que "todo o seu espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." Preservação é uma função que realiza a santificação. Preservar é: "manter em perfeitas condições ou inalterado, manter intacto, impedir a decomposição ou estrago." Assim, a oração é que o Deus da paz santifique totalmente e mantenha uma pessoa nessa condição irrepreensível para a vinda do Senhor Jesus Cristo. Essa experiência é a preservação: Deus mantém o coração sem culpa moral. O núcleo do ensino da santificação é que ele chega ao coração e responde às necessidades do coração.
A forma como uma pessoa se aproxima de Deus para a santificação é diferente de como ela se aproxima dEle para a salvação. Quando um indivíduo se aproxima de Deus para a salvação, ele vem sabendo que ele é um pecador. Há atos pecaminosos em sua vida que o separam de Deus, e ele sente remorso sobre eles, e ele se aproxima de Deus em arrependimento e pede misericórdia e perdão. O Senhor inunda o coração de paz e dá-lhe uma vida completamente nova.
Quando esse indivíduo se aproxima de Deus para ser santificado, ele não vem com o arrependimento dos pecados cometidos. Em vez disso, ele vem com um reconhecimento da necessidade de algo mais, uma libertação da natureza inata do pecado. Ele anseia pela capacidade de cumprir plenamente com a imagem e a natureza de Cristo, por isso ele vem consagrando, apresentando a sua vida em total submissão como um sacrifício vivo a Deus. Essa é a sua parte - submeter-se ou separar-se para Deus. Como ele olha para Deus com fé simples, crendo nEle por esta experiência, Deus fará a Sua parte, purificando o coração do cristão, tornando-o santo.
O indivíduo sabe quando ele recebe a experiência da santificação, da mesma forma como ele soube quando ele foi salvo, mesmo que ele não saiba como chamá-la no momento. O amor divino de Deus inunda o seu coração. A tendência ou inclinação para o pecado se foi, e uma paz mais profunda, um descanso e uma alegria inundam a sua alma. O Espírito de Deus testifica com o seu espírito que o seu coração foi purificado.
Há alegria no coração santificado. Atos 16:25 diz: "À meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus. E os outros presos os escutavam." Paulo e Silas foram presos, espancados, e amarrados. À primeira vista, pode-se perguntar, como eles poderiam cantar nessa condição? No entanto, um olhar um pouco mais de perto do coração santificado poderá responder a esta pergunta: Como eles poderiam não cantar? Isso é o que um coração santificado faz! É o que simplesmente acontece. O que os pássaros fazem? Eles piam. O que as estrelas fazem? Elas brilham. O coração santificado canta; que é o seu comportamento natural. Se uma pessoa é santificada, a música está lá, mesmo que possa estar lá no fundo, mesmo quando as provas são grandes.
Quando uma pessoa com um coração santificado se ajoelha para orar, há um louvor ao Senhor que brota em seu coração. O que acontecerá quando um coração chega-se diante de Deus desta maneira? Pode-se esperar que o Espírito Santo desça sobre esse vazo puro e o encha com o Seu Espírito. Foi o que aconteceu na Igreja Primitiva, quando todos estavam "reunidos no mesmo lugar" (Atos 2:1). O Espírito de Deus desceu e encheu os crentes com o batismo do Espírito Santo, porque é isso o que o Espírito Santo faz. As pessoas podem esperar o mesmo hoje. O Espírito Santo vem em uma vida santificada e pura e a reveste com o poder do alto e a envia em seu caminho para ganhar almas para Jesus.
Santificação fornece unidade, a unidade entre o povo de Deus. Em João 17, Jesus orou para que seus seguidores fossem santificados, para que fossem um, como Ele era um com o Pai Celestial. Essa oração foi definitivamente respondida, pois antes do dia de Pentecostes "todos perseveravam unanimemente em oração e súplicas" (Atos 1:14). Quando as pessoas são santificadas, elas estão unidas em seus desejos para o progresso do Evangelho. Elas estarão unidas, com o mesmo objetivo em vista. Isso é o que um grupo de pessoas santificadas faz! Mesmo que ainda haverá preferências e perspectivas individuais, isto não será um cabo-de-guerra. Entre os indivíduos santificados, a unidade e a harmonia prevalecerão.
Efésios 5:25-27 usa uma ilustração para descrever o propósito da santificação. Diz: "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela. Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra. Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." O propósito da santificação é fazer com que a Igreja seja o que deveria ser, aos olhos de Deus. A santificação não é para os incrédulos. A santificação é para aqueles que foram salvos; aqueles que sabem que os seus pecados foram perdoados. Eles farão parte da "igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante", mas "santa e sem defeito."
Após a santificação, o estado santificado é mantido através da mesma consagração pelo qual foi obtido. Um indivíduo permanece em Cristo, e permite que Ele habite dentro dele. Ele vive de acordo com a maneira que Deus quer que ele viva. Ele é mais sensível aos controles do Espírito Santo. Ele é mais cuidadoso do que antes. Ele é mais aberto à inspiração do Espírito do Senhor.
Se você nasceu de novo, a santificação é uma experiência que é para você hoje. Ela é necessária para todos os cristãos, pois Deus ordenou: "Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1:16). Consagre o seu tudo a Ele, e ore até que a experiência seja sua. Que diferença maravilhosa a santificação fará em sua vida!